28 setembro 2005

Os amigos das fundações

Excertos de um artigo do Portugaldiário de 01-04-2001, perfeitamente actuais.

Desde que chegou à Câmara de Gaia, Luís Filipe Menezes já criou três empresas municipais, quatro fundações e uma agência municipal. E por aí andam muitos social-democratas. Diz quem sabe que se trata de uma forma de bem posicionar «boys» e de escapar às fiscalizações, inspecções e até ao visto do Tribunal de Contas.

Quem são os funcionários destas empresas e fundações? Quanto auferem mensalmente?

  • Primeiro, Menezes transformou os ex-serviços municipalizados de água e saneamento, na empresa municipal «Águas de Gaia». A maioria PSD/PP na Câmara nomeou três social-democratas (Poças Martins, Maciel, e Dias da Fonseca) para o respectivo conselho de administração.
  • Depois foi a vez da «Energaia», a agência municipal de energia, para cujo conselho de administração o executivo indicou mais dois militantes laranja, respectivamente: Borges Gouveia e Joaquim Poças Martins.
  • Seguiu-se a «Gaia Social», (empresa municipal destinada à habitação), e para o conselho de administração foram votados na reunião do executivo camarário mais três militantes laranja: Jorge Queirós, Gervásio Poças e Carlos Brito.
  • «Gaia Cidade D`Ouro», é o nome da primeira fundação (para o desporto) criada sob o consulado de Menezes, que é, de resto, o presidente desse conselho de administração. O cargo de vice-presidente é ocupado pelo vereador do executivo de Menezes, Barbosa da Costa. Dos três vogais, dois são social-democratas e outro do PP: Guilherme Aguiar, Domingos Jerónimo e Delfim de Sousa, respectivamente.
  • Para tratar da reabilitação do centro histórico de Gaia, o líder da autarquia criou a Fundação «Rei Ramiro», onde colocou Poças Martins, do PSD (que é também presidente da «Águas de Gaia»), Domingos Jerónimo, do PSD (e que acumula com a «Gaia Cidade D`Ouro»), para além de José Maciel, também social-democrata, ...
  • .... (O Parque biológico foi transformado em empresa municipal)...
  • Foi ainda criada a Fundação Porto-Gaia, para a construção do futuro centro de Estágio e Formação do Futebol Clube do Porto (FCP). A presidência do conselho de administração pertence a Jorge Nuno Pinto da Costa. O cargo de vice-presidente é ocupado pelo vereador popular, Guedes Barbosa. Entre os vogais contam-se Angelino Ferreira do FCP, Eduardo Tentúgal (PSD), António Tavares (PS).
  • Finalmente, Menezes ainda constituiu a Fundação «Gaia Anima», destinada a gerir equipamentos desportivos, culturais e de lazer, e para a qual o executivo camarário ainda não nomeou o respectivo conselho de administração.

O que fazem estas empresas municipais, que dinheiros movimentam, quantos e quem são os seus funcionários, que méritos têm, como são escolhidos, que vencimentos auferem, ???

... tantas perguntas sem resposta...

20 setembro 2005

Como é possível um candidato assim?

Em Vila Nova de Gaia, há um candidato que foi vice-presidente da câmara durante oito anos.
Precisamente oito anos em que todos os gaienses (e não só) confirmam que Gaia era conhecida pelo caos pela inércia, pela inexistência de políticas sociais, pela inexistência de saneamento básico, pela má qualidade de vida, pelos indícios de corrupção e compadrio, etc...
Este candidato tem muita responsabilidade em tudo isso, aliás, tem a responsabilidade toda, porque era um vice-presidente que mandava mais que o presidente.

Agora, este candidato, numa carta que veio abusivamente parar à minha caixa do correio, vem apelar ao meu voto. Esperançado, ainda me dei ao trabalho de ler tal missiva.
Num texto mal organizado e mal escrito (pensei que nas campanhas dos dias de hoje isso já não fosse possível) o candidato apresenta o seu profíquo curriculo, baseado em fantásticos cargos de nomeação partidária.
Tem o descaramento de apresentar como grande trunfo eleitoral o facto de "mesmo em tempo de derrotas ter um lugar anual no Estádio do Dragão".
Haja dó!

Citando outro candidato: "Eu como cidadão gostaria que, em câmaras como Gaia, nunca mais fosse possível pessoas de uma quarta divisão, do ponto de vista intelectual, candidatarem-se à presidência, acho que é muito desprestigiante".

10 setembro 2005

Os Impostos Municipais

Em Vila Nova de Gaia os munícipes pagam impostos, taxas e tarifas dos mais elevados no País.

No passado dia 8 de Setembro, na Assembleia Municipal, foram aprovadas as taxas para os impostos municipais que vão ser pagos no próximo ano:
  • A derrama para 2006, foi novamente fixada pelo máximo, ou seja, 10% sobre o IRC.
  • A taxa do imposto municipal sobre imóveis – IMI, que substituiu a contribuição autárquica foi igualmente foi fixada pelo máximo.
  • A taxa municipal de direitos de passagem foi também fixada pelo máximo.
  • A isto ainda temos de somar as taxas de de saneamento elevadíssimas, (que paga mesmo quem não tem ligação), a taxa das rampas, etc...
É evidente que a Câmara não olha a meios para garantir o financiamento das empresas municipais e fundações, autêntico sorvedouro dos dinheiros municipais.

31 julho 2005

O Comércio... também de Gaia



Desta vez foi o Comércio...

Acabou-se.

Acabaram-no...

25 julho 2005

O Parque da Cidade de Gaia

A última das muitas datas avançadas para a abertura do Parque da Cidade de Gaia, na Quinta da Lavandeira em Oliveira do Douro, é Setembro (mês anterior às eleições autárquicas... óbvia coincidência).

Recorde-se que a obra esteve parada durante mais de três anos e a abertura do parque tem sofrido adiamentos sucessivos.

A Câmara admite cobrar entradas no futuro Parque. (para já não, que há eleições)
Como se os cidadãos tivessem culpa da situação desastrosa das finanças municipais...

21 julho 2005

A Cerâmica das Devesas

A Rua Visconde das Devesas, em Gaia, esconde um edifício magnificente, recoberto a azulejos seculares da famosa Companhia Cerâmica das Devesas, fundada em 1865 por António Almeida Costa. Trata-se de uma das fábrica de cerâmica melhor preservadas em todo o país.

Este edifício está em vias de ser classificado pelo IPPAR, num processo que data de 1999. De então para cá, o interior do edifício ruiu e começaram a ser pilhados os painéis de valiosos azulejos que outrora pertenceram a várias zonas do edifício. A zona Sul do complexo, onde estão os armazéns, fornos e cisternas da fábrica, está aberta ao vandalismo.

A importância do património cerâmico, designadamente azulejar, de Gaia, merece um estudo sistemático, incluindo um inventário do existente, a defesa das instalações que ainda subsistem e a sua classificação e reutilização, para salvaguardar a memória de uma das actividades mais marcantes desta região.

É fundamental a defesa do património da Fábrica de Cerâmica das Devesas, possivelmente através da criação de um núcleo museológico, um centro cultural e de lazer ou até de um arquivo de documentação.

Ao invés, a Câmara coloca em risco este património com (mais) um projecto imobiliário no quarteirão a Norte da Fábrica.

Informação adicional (muito completa) neste site. (clicar em cima do texto)

20 julho 2005

A Quinta de Marques Gomes II


in Jornal PÚBLICO de 18.05.2005
Projecto imobiliário do Grupo Espírito Santo em Gaia na mira dos investigadores

"Os interesses do Grupo Espírito Santo no concelho de Gaia estão a ser escrutinados pelos responsáveis da investigação sobre o alegado tráfico de influências que liga ex-membros do Governo e dirigentes do CDS e aquela instituição financeira. (Caso Portucale)

Em causa está um projecto imobiliário com 150 mil metros quadrados de construção, previstos para uma área de 26 hectares, com vista para o rio Douro e o mar, localizado na chamada Quinta de Marques Gomes (ou Quinta do Montado), e que está inserida num plano de pormenor que o ex-ministro das Cidades José Luís Arnaut levou mesmo ao último Conselho de Ministros do executivo liderado por Santana Lopes.
...
A aprovação do referido Plano de Pormenor ... permitirá viabilizar o maior projecto imobiliário que a ESAF (Espírito Santo Activos Financeiros) tem em fase de aprovação em Vila Nova de Gaia. Trata-se de um empreendimento imobiliário localizado na chamada Quinta de Marques Gomes, para onde está projectada a construção de 1100 habitações e cerca de dez mil metros quadrados de escritórios.
...
Os terrenos em causa têm viabilidade construtiva que lhe foi conferida pelo Plano Director Municipal, mas para o projecto ser aprovado necessitaria das alterações preconizadas por esses planos de pormenor que a empresa que está a gerir o programa Polis em Gaia, a GaiaPolis, ainda está a desenvolver.
...
Este projecto foi inicialmente negociado pela Euroamer, a empresa imobiliária do ex-embaixador dos Estados Unidos em Lisboa, Frank Carlucci, e que é representada em Portugal por Artur Albarran. O ex-jornalista terá vendido os terrenos em causa ao grupo BES por 200 milhões de Euros, no pressuposto de que a área em causa já teria viabilidade construtiva, que só mais tarde começou, afinal, a ser negociada com a autarquia. "

Os Molhes do Douro

Fotografia: Carlos Romão - cidadesurpreendente.blogspot.com

As obras dos molhes no Cabedelo começaram no fim de 2004 e a sua evolução está à vista: dragagens, montagem do estaleiro, estruturas metálicas pré-fabricados, máquinas, tractores na areia ...

O mesmo não pode dizer–se dos resultados da monitorização dos efeitos dos trabalhos, que era suposto serem tornados públicos periodicamente. A destruição do habitat das aves migratórias é visível e notória. Lembre-se que esta zona é de maior sensibilidade ecológica, sobretudo ao nível das aves marinhas.

Muitas aves marinhas migratórias fazem desta área zona privilegiada de descanso nas suas rotas. Este local serve também para a alimentação para diversas aves que na maré baixa se alimentam nos bancos de areia. Estão recenseadas cerca de 130 espécies de aves que utilizam o Cabedelo e a Baía de S.Paio. Algumas delas menos comuns e de grande importância conservacionista, ameaçadas a nível mundial.

Acrescente-se que, depois da obra, segundo a Liga para a Protecção da Natureza, irá provocar enormes impactes na dinâmica costeira a sul da Barra do Douro, esperando-se erosão costeira acentuada no Cabedelo e impactes ambientais muito negativos sobre a última zona de sapal da região, a Baía de S. Paio.

Também o Biólogo Bordalo e Sá afirma que com os molhes haverá um recuo da costa nas zonas balneares de Gaia. Tudo porque, o trânsito de sedimentos ver-se-á interrompido ao esbarrar com o quebra-mar norte, ficando aí acumulada a areia.

19 julho 2005

O Polis em Gaia

As fotos testemunham o grandioso edificio (único até agora) do programa polis de Vila Vova de Gaia.

Podem constatar o magnífico efeito dos blocos de cimento estilo galinheiro suburbano.

Já agora... os contadores decrescentes estão todos parados. Quando é que o Polis vai acabar?

18 julho 2005

A Quinta de Marques Gomes

"A Quinta de Marques Gomes é uma das últimas zonas verdes com dimensão e significado na Área Metropolitana do Porto, porventura dos mais importantes.

Estendendo-se entre S. Paio e o Cabedelo, e da marginal do Douro até aos pontos mais altos de Canidelo, aí se guardam matas e terras cultivadas, pastagens e prados selvagens, num conjunto notável, como que emoldurando o belo cenário estuarino, com a sua paisagem bela e surpreendente.

Vila Nova de Gaia poderia contar com tal património natural para criar o "Parque da Cidade" tão necessário e diversas vezes proposto. Mas não. A Quinta, e tudo o que ela significa como "pulmão" de Gaia e da zona do Porto, está em grave risco de se perder.

Foi recentemente anunciado o que a aguarda: a sua transformação num "agregado com cerca de 1100 casas, totalizando mais de 148 mil metros quadrados de habitações - com uma cércea , em média, de quatro andares -, e 10 mil de escritórios, a que acrescem 70 mil metros quadrados de estacionamento subterrâneo".Uma tão pesada ocupação significa, sem apelo nem agravo, a transformação da Quinta numa saudade, certamente com resultados lucrativos, mas que se duvida possam ser de interesse público."

Bernardino Guimarães no JN de 28/XII/2004

A fotografia anexa fala por si. (clicar para alargar)

17 julho 2005

O Castelo de Gaia


Lugar com um enorme simbolismo e misticismo, o Castelo de Gaia fica na parte mais alta da colina de Gaia, tendo por isso uma situação priveligiada sobre o Rio Douro.

Inicialmente, foi um castrejo fortificado, da idade do bronze final. Desde aí passou por várias mãos, ao sabor das conquistas dos povos. Foi de Romanos, Muçulmanos e Galegos, onde esteve na origem da Lenda de Gaia.

Em todas estas lutas, o castelo foi sendo sucessivamente destruído, e hoje quase nada resta dele. Além dos factos históricos e das lendas, pouco mais se sabe deste sítio, embora vários investigadores se tenham dedicado a estudar o local.

in www.vngaia.online.pt